Adormecer com outra pessoa é bem diferente de adormecer outra pessoa. Para mim bem melhor que adormecer.
Adormecer é simplesmente cair na cama rendido ao cansaço e abraçado ao sono. É diferente. Adormecer outra pessoa não é uma situação nossa, nem simples carinho. No seu sentido puro é entrega, prazer e esforço. Ao mesmo tempo que lutamos contra o sono, tratamos de forma altruista, a pessoa que está nos nossos braços.
Os corpos não podem estar colados, apenas o suficiente para se sentirem, para que haja conforto e liberdade. As mãos. O ritmo. Lento e balanceado. As mãos tocam, apertam, mimam, passeiam e bailam pelo corpo, ou por momentos, simplesmente pousam sobre a pele. Passam pelos cabelos como se uma brisa se trata-se, uma brisa que arrepia, confortável, aconchegante. Dexem para o pescoço, escorregam. Suavemente. Massagam os ombros e deslizam, viajando pelas costas, devagar, leves. Até chegarem à cova, no fim das costas, onde a palma da mão descansa, rodopiando, lentamente.
Quando se adormece outra pessoa, ouve-se gemidos, envolvidos no sono e em preguiça. Sons inconscientes de alguém, que embalado numa imensa paz, se entregou à noite.
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