sábado, 9 de janeiro de 2010

Nirvana

Ele tinha amigos, era conhecido, tinha dinheiro, um porto seguro para onde voltar, gajas, droga e fazia as suas loucuras. Não havia mais nada para experimentar, para ver.
Uma noite, dois amigos, álcool, umas linhas de coca, um carro. A loucura de ter tudo e não ter nada, o prazer da sensação de voar, o prazer da sensação de leveza, de liberdade, queria mais. A adrenalina a galopar nas veias e no cérebro. A inconsciência de quem sabe o que quer e tem a coragem suficiente para o conseguir.
Um carro de frente. Uma luz tão intensa que cega a vista. E a seguir a paz e satisfação total. Aquela paz que tanto procurou, mas não encontrou. Aquela paz que muitos tem e não lhe dão valor. O sentimento de liberdade que o amor nos trás, em que a nossa alma perde-se com a dela na luz da noite, nas ruas e ruelas, por baixo dos lençóis, aconchegados. E o nosso corpo descansa em paz.

Hoje, sempre que o mundo lhe vira as costas e não encontra amor. Diz que nunca sentiu nada igual àquela paz. Quando a alma por momentos lhe saiu do corpo e ficou leve. livre.

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